sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tratamento de diabetes exige mudança de estilo de vida

Suellen, Natasha e Laura

Há dez anos, a rotina da aposentada Maria Auxiliadora Passareli, 61, passou por mudanças difíceis. Ela teve que se adaptar a um novo estilo de vida e incorporou outros hábitos para tratar da diabetes. Maria Auxiliadora tem a doença do Tipo II. Apesar de ir regularmente ao médico e fazer uso diário de insulina, a aposentada comentou que não pratica atividade física e nem faz uma dieta rigorosa. Ela trata há três anos de uma ferida na perna que não cicatriza “Já tive erisipela que piorou a situação de minha perna, além de outras feridas no tendão”, explica.
O endocrinologista Carlos de Souza Campos explica que a erisipela é uma infecção de pele causada por uma bactéria e geralmente se manifesta em pernas e pés, mas pode aparecer em membros superiores, tronco e face. É tratada com antibióticos. Além desta, outras infecções são comuns em diabéticos, comenta o médico, isso porque o diabetes aumenta o risco de invasão por bactérias e fungos.
O caso de Maria Auxiliadora é hoje uma situação comum para milhões de brasileiros. De acordo com o Portal de Saúde do governo federal, cerca de 246 milhões de pessoas em todo mundo sofrem de diabetes. Essa é uma doença com proporções epidemiológicas que se dá quando o pâncreas para de produzir insulina. Isso ocorre porque o sistema de defesa do corpo mata as células responsáveis por esta produção e não tem cura.
O endocrinologista Carlos Campos explica que a doença é classificada em Diabetes Tipo I (T1) e Tipo II (T2). O primeiro tipo é mais raro, entretanto, mais comum em crianças e jovens. Também é igualmente grave, já que o paciente passa a aplicar insulina, uma vez que seu pâncreas não a produz mais. O T2 aparece em adultos com vida sedentária, excesso de peso e, principalmente, se há algum membro da família com este tipo de diabetes.
A nutricionista Adriana Ribeiro de Abreu explica que a glicose normal varia de 60 e 100mg/dl. Entretanto, a pessoa com valores entre 101 e 125mg/dl é considerada intolerante à glicose. Já o pré-diabético tem a glicose um pouco acima de 126mg/dl. Através da alimentação e atividade física é possível abaixar a taxa e voltar com a glicose normal.
Carlos Campos atenta também para os sintomas que são urinar muito, boca seca, ter muita sede, muita fome e emagrecimento. Mas afirma que nem sempre a doença apresenta sintomas, ou seja, devem ser feitos exames regularmente, como o de sangue em jejum e a glicemia capilar, mas esta deve ser usada apenas como triagem, pois o da veia é mais precisa. “A alimentação é importantíssima para uma pessoa diabética, pois através dela é que conseguimos manter os níveis de glicose e consequentemente ter uma melhor qualidade de vida”, afirma Adriana Abreu.
Évellyn Mara Marques é mãe de um menino de três anos de idade. O pai da criança é diabético do Tipo I. Mas, por não ser uma doença hereditária, Évellyn Marques não se policia a respeito de dietas para o menino. Ele vai ao médico fazer exames, “mas por ter nascido muito grande”, conta a mãe. A doença de seu namorado não atrapalha na rotina da família e ela pouco mexeu em sua dieta alimentar.
O tratamento é feito com remédios específicos, dieta balanceada, atividade física e aplicações de insulinas, em alguns casos. O endocrinologista afirma a importância de seguir os tratamentos e diz que “um paciente que leva a sério as orientações do médico pode levar uma vida normal”. Por outro lado, a negligência do próprio paciente pode levar a complicações oculares, como a cegueira, problemas de circulação, causando, até mesmo, amputação de algum membro, além de problemas renais e nos nervos. Nos casos mais graves, a internação é inevitável.
Para a nutricionista, as medidas certas para se ter uma melhor qualidade de vida são o controle com o médico, “sempre fazendo o uso das medicações corretas. O controle da alimentação com um profissional de nutrição e atividade física com o auxílio de um profissional”.

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